terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Economista justifica crise por portugueses terem feito "vida de cigarra"


O economista Vítor Bento considerou, esta quinta-feira, que a crise que o país atravessa deve-se ao facto dos portugueses terem adotado uma "vida de cigarra", em vez de uma "vida de formiga", quando Portugal entrou no euro.


                                                               Vitor Bento, economista e membro do Conselho de Estado


"Nós entrámos no euro, só que pertencer ao euro obrigava-nos a ter uma determinada forma de vida de formiga e nós adoptamos uma forma de vida de cigarra", disse o conselheiro de Estado e professor de Economia, na conferência "Portalegre no século XXI: na Rota do Desenvolvimento", promovida pelo município local, Fundação Robinson e Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).
"Achámos que entrar no euro era vida fácil, porque os primeiros anos de facto foram anos fáceis, nós convencemo-nos que o euro dava-nos vida fácil, com pouco trabalho e muito consumo, e bloqueamos a nossa capacidade de crescimento", sublinhou.
De acordo com Vítor Bento, outro dos factores que contribuiu para a crise económica foram os investimentos efectuados em Portugal ao longo dos últimos anos. "É uma ilusão muito grande neste país que investir em obras é o que faz crescer o país e todo o investimento que foi feito foi mal feito", defendeu. "Eu não ponho em causa se as obras foram úteis ou não, a única coisa que eu ponho em causa é que não geraram capacidade produtiva, não geraram potencial para gerar riqueza", explicou.
Para o presidente da SIBS, nesta altura, o "maior favor" que a União Europeia (UE) poderia fazer a Portugal seria "libertar" as verbas destinadas ao país para que as dívidas fossem liquidadas. "Neste momento, o maior favor que a UE nos podia fazer era primeiro libertar os fundos todos deixando de os afectar seja aquilo que for e deixá-los utilizar para pagar a dívida. Era o melhor serviço que nos podiam fazer", concluiu.



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